quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Estação Ferroviária de Sobral em 2002



Crédito da Foto: DanCaeFig

4 comentários:

  1. Resquíscio do tempo que ficou estacionado, nos enchendo de recordações dum passado que descarrilhou nos frios trilhos do esquecimentos.

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  2. Aí... nesse mesmo local, alavancou-se o muito do que hoje é Sobral. Quando no dia 31.12.1882 era inaugurada a bela Estação Ferroviária de Sobral, de belo estilo, desdenhando dominante das demais outras co-irmãs pela linha norte (atribui-se valor igual a estação de Camocim...), iniciou-se naquele longínquo instante largas passadas para um crescimento ímpar daquela cidade na zona norte. A extinta Estrada de Ferro de Sobral, feita aos moldes americanos da época, por desbravamento e sertão adentro, teve seus primeiros trilhos assentados no litoral, a cidade de Camocim como forma de dar mão de obra ao sertanejo cearense, aflito com a terrivel seca do triênio 1877-79, e que um imperador paternalista mandou construir como forma de mitigar seus crueis efeitos. Rapidamente pasaram-se 96 anos e no ano de 1977, às portas de um século de gloriosos serviços prestados ao povo daquela região, mandam extinguir a antiga estrada de ferro e que naquele ano já considerada meramente, sem enfeites... ramal ferroviário de Sobral. Estavam desasistidos impetuosamente milhares de usuarios daquele modal de transporte barato e seguro. É muito próprio a colocação de Vaumirtes Freire, logo acima: "dum passado que descarrilou nos frios trilhos do esquecimento".
    Fui menino a correr e brincar pela plataforma e calçada da estação de Sobral, meu Pai foi mecânico de locomotivas aí em Sobral por longos 22 anos e aquele tempo teima em não desfazer-se de minha meninice. Vez ou outra vou até Sobral, chego á estação e observo-á... em um silêncio sombrio, quase sepulcral, volto no tempo que se
    foi e naquele trem de Sobral a Camocim que nunca mais voltará... que o maquinista deixou de apitar.

    Por Ney Robinson Rios Frota
    E-mail: neyrobinson@gmail.com

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  3. Oi pessoal,meu nome é Fellype Frota, sou estudante do IFCE de Fortaleza, a gente esta realizando uma pesquisa sobre as antigas estações de trem de Camocim,Crateús,Sobral e Ipú como fator de identidade histórico-cultural de uma região,bem como o estado de preservação e utilização das mesmas.Estou em busca de informações de moradores ou ex-moradores que tenham nascido na cidade.
    Se voçê tiver nascido em Sobral e puder contribuir com a pesquisa e só responder o questionário desse link abaixo..(é um questionário simples e rápido).

    http://portuguese.jotform.com/form/2190301144

    Obs: não e vírus, qualquer dúvida e só visitar meu perfil no Orkut!!

    http://www.orkut.com.br/Main#Profile?rl=fpp&uid=5823309963547759495

    Agradeço desde já a atenção de todos!!
    Grato.
    Fellype Frota.

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  4. Conheci a estação de Sobral durante parte da minha juventude, mais precisamente no final da década de 60 e inicio da década de 70.

    Quando o trem que seguia de Fortaleza para Crateús chegava em Sobral desengatava os dois últimos vagões, os quais eram engatados ao trem de Camocim.
    O trem de Crateús seguia viagem e o de Camocim permanecia ainda por um bom tempo, como se aguardasse os passageiros que haviam ido fazer compras no comercio daquela progressista cidade.

    Durante o intervalo de tempo que aguardávamos a partida ficávamos observando o movimento de vai e vem das pessoas, dos vendedores ambulantes que conquistavam os fregueses gritando o nome dos produtos que vendiam, tipo o menino segurando uma quartinha e um caneco de alumínio que gritava "agueiro frio".
    Depois vim a saber que "agueiro frio" era água fresca para beber.
    Naquela época nem se pensava em água mineral e copo descartável.
    Tinha o vendedor de bôlo, o de brôa, o de rôscas, o de laranja dôce com seu balaio cheio de frutas e uma faquinha afiadíssima para descascá-las na frente do freguês.

    Tinha as cafezeiras, os picolezeiros e vários outros vendedores que vendiam uma infinidade de objetos regionais aos passageiros do trem.

    Quando o trem de Crateús vinha para Fortaleza demorava poucos minutos em Sobral, o suficiente para engatar os carros que vinha de Camocim.

    Formava-se então um burburinho de gente envolta do trem, alguns embarcando, outros desembarcando e os vendedores disputando os fregueses aos gritos.

    O tempo passou e aquela estação tão importante na vida de muitas pessoas ficou esquecida.

    Há cerca de cinco anos me encontrava em Sobral a trabalho e depois do almoço fui visitar a velha estação.
    Havia muito tempo que não ía naquele local.
    Sentei num dos bancos da área de embarque e por um momento voltei ao passado revendo imagens que ficaram marcadas na minha memória, imagens do tempo que aquele espaço se encontrava em constante ebulição.
    Absorto em meus pensamentos, quando olhei pro lado havia uma senhora idosa sentada ao meu lado que chegara de mansinho com seu andar miudinho, sem que eu a tivesse percebido.

    Iniciamos uma conversa e ela me falou que o marido dela trabalhara na ferrovia e que todas as minhas lembranças ela também vivenciara ao lado do falecido espôso.
    Quando sentia muitas saudades dele ela vinha até a estação e ficava ali sentada lembrando os tempos felizes que viveram.

    Imagino que a maioria das pessoas que utilizaram o trem e que por conseguinte tenham passado pela estação de Sobral devem guardar em suas memórias lembranças iguais a que trago na minha.

    Francisco Souza/Fortaleza-CE

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