terça-feira, 3 de novembro de 2009

Sobre o Problema da Amazônia(Internacionalização)

Internacionalização da Amazônia


*Clark Rabelo Andrade



Outro artigo, este exclusivo, do General Paulo Roberto Corrêa Assis, editado no site www.farolbrasil.com.br, editado por Helio Fernandes no Jornal Tribuna da Imprensa, no dia 15/07/2003, tem o seguinte teor:

Pela minha experiência vivida como Adido do Exército nos Estados Unidos da América e como Chefe do Estado-Maior do Comando Militar da Amazônia tenho a convicção de que o 1º Mundo não hesitará em orientar sua política no sentido de impor seus interesses onde se fizer necessário para manter o "status quo". Tentarão por todos os meios nos impedir de explorarmos nossas riquezas imensuráveis da Amazônia por dois motivos: O primeiro, para nos afastar desde já da concorrência mundial e o segundo, para que eles a explorem no futuro, quando suas reservas se esgotarem.
Quanto ao primeiro motivo, a pressão sobre ecologia, desmatamento, proteção às terras indígenas, poluição das águas, meio ambiente, e outros falsos argumentos, estão surtindo efeito através da mídia mundial, inibindo-nos da exploração consciente e sustentável, não havendo, portanto, a necessidade de intervenção. A não ser que resolvamos explorá-la de fato e, com o lucro montante, até nos libertarmos da dívida externa, interrompendo seus interesses na arrecadação dos juros abusivos de que somos escravos.
Quanto ao segundo motivo, ou seja, quando necessitarem se suprir da escassez no mundo de determinados minerais estratégicos, de água potável, da biodiversidade, aí sim, não terão outra saída senão intervir para se apossar. Só não enxerga isso quem acreditar em Papai Noel! Será que é tão difícil perceber que a nossa AMAZÔNIA estará dentro deste contexto num futuro tão próximo quanto se possa imaginar?
A nossa missão de convencimento não é só das Forças Armadas, mas de toda a Nação Brasileira.
Para explorá-la há que se ter vontade política. Para defendê-la e mantê-la é preciso demonstrar capacidade para isso e essa capacidade não será através da Guerra Convencional, restando-nos o caminho da Guerra de Guerrilha com o apoio da população, de todos os brasileiros.
Temos que insistir e convencer o povo, os intelectuais, os jornalistas, os formadores de opinião a pressionarem os detentores do Poder para priorizarem a integração da AMAZÔNIA ao restante do País e a acreditarem no risco de a perderem.
Quanto ao militar, responsável pela segurança externa do País, não cabe achar que não é possível ou dar preferência às suas simpatias. Cabe-lhe tomar providências para nunca ser surpreendido, apesar de todas as carências, para que a conseqüência da imprevidência não resulte apenas em monumentos à bravura dos mortos e derrotados e nas promessas de que algum dia será retomado aquilo que foi subtraído.
Devemos insistir, volto a dizer, na Estratégia da Resistência, não só como dissuasão, mas, quando preciso for, executá-la conscientes, bem treinados e confiantes. Este é o único caminho que temos, não existe dupla via ou seremos surpreendidos na contramão. Devemos estar convictos de que neste tipo de Guerra a vantagem da supremacia tecnológica não prevalecerá e vencerá a Nação que suportar e puder impor por mais tempo os horrores e vicissitudes de um conflito dessa natureza, mantendo o moral elevado e a crença na nobreza da causa.
Temos que encarar o problema da AMAZÔNIA profissionalmente e até apaixonadamente, pois se deixarmos nos influenciar por aqueles que não se emocionam e acreditam em Papai Noel, certamente seremos surpreendidos e iremos lamentar aquilo que poderíamos ter feito e que, por sinal, sabemos fazer muito bem, que é a Guerra na Selva, salpicada ao gosto da Guerrilha. SELVA! – Gen. Bda. Paulo Roberto Corrêa Assis.

Mas há vozes discordantes, afirmando que essa ameaça de internacionalização é simplesmente um delírio de nacionalistas fanáticos. Faz parte desse delírio um suposto livro didático norte-americano divulgando a internacionalização da Amazônia, inclusive mostrando um mapa sobre o assunto. O artigo, escrito por George Felipe Dantas, no site www.quatrocantos.com , com o título “A Internacionalização da Amazônia, A página 76 de um livro inexistente e o FINRAF”, tem o seguinte texto:

É interessante como as relações internacionais, em sua dinâmica, muitas vezes estão marcadas por comportamentos e percepções que supostamente só existiriam no plano pessoal, domínio da psicologia. Por isso mesmo, em determinados momentos, os conflitos internacionais podem ser analisados sob a luz de 'modelos' típicos da dinâmica dos relacionamentos interpessoais. É bastante comentada, na crônica histórica da Guerra Fria, a influência da percepção pessoal de Nikita Krushev acerca de John Kennedy, durante o desenrolar da grave crise político-militar ocorrida entre as duas super-potências nos anos 1960. O limite da crise foi o quase enfrentamento naval entre a URSS e o EUA, no Mar do Caribe, durante o bloqueio de Cuba, conflito cuja decorrência poderia ter sido uma troca de salvas nucleares entre os dois países. Segundo a crônica histórica, a percepção de Krushev acerca de Kennedy seria a de "apenas um menino," vulnerável e incapaz de prevalecer sobre o velho líder comunista, já que, entre outras coisas, era aproximadamente da mesma idade do filho de Nikita. Teria sido com essa percepção, bastante equivocada, que Krushev partiu para o enfrentamento com os Estados Unidos da América durante a crise dos mísseis soviéticos instalados em Cuba. O mundo esteve à beira de um holocausto termonuclear, talvez apenas por um 'erro de percepção interpessoal,' com esse equívoco sendo transposto para o plano das 'relações de força' entre as então duas superpotências. Recentemente, uma rede eletrônica de mensagens compartilhadas por um grupo da Internet retratou-se, no meio virtual, por ter veiculado o que depois seria comprovado como boato completamente sem fundamento. O boato versava sobre a existência de mapas escolares norte-americanos nos quais a Amazônia brasileira seria mostrada como 'área internacional.' Bastante correta a dirigente de tráfego e divulgação de mensagens da rede, ao constatar a inverdade que havia sido veiculada. Mas qual teria sido a motivação de quem produziu a 'notícia'? Vale notar, pela riqueza de detalhes do conteúdo veiculado, a preocupação em fazer 'verossímil' algo completamente falso e descabido, conforme ficou fartamente comprovado a posteriori. David Nasser, em seu enorme 'saber jornalístico,' dizia que para uma notícia produzir impacto, mais que ser verdadeira, há que ser verossímil. O(A) boateiro(a), no incidente citado, teve essa preocupação e cuidado, haja visto os 'detalhes minuciosos' do que foi relatado acerca dos tais dos mapas. Os primeiros a disponibilizarem testemunhos acerca da inverdade foram os próprios brasileiros que, vivendo e trabalhando nos EUA, conhecem bem as peculiaridades do país e a maneira como os interesses brasileiros são vistos (ou não) pelos norte-americanos. Não apenas o conteúdo do boato é falso, falsa também é a 'premissa política' do boateiro(a) acerca dos norte-americanos. O conceito de "imperialismo político e econômico" é bem conhecido da humanidade. É indiscutível a existência de uma enorme influência, pragmática e efetiva, dos interesses norte-americanos no restante dos membros da comunidade internacional. Alguns, no entanto, parecem não conseguir ainda 'decifrar' como as coisas são operacionalizadas, nesse fim de século, entre as chamadas potências (se é que esse substantivo ainda tem plural) e os países 'periféricos.' No caso específico EUA/Brasil, mais que apenas línguas diferentes, também profundas diferenças de 'cultura política' separam os dois países, fazendo com que a percepção mútua fique sempre bastante prejudicada. É do conhecimento da humanidade inteira a existência de áreas geográficas regionais de grande valor econômico pelas reservas de combustível fóssil que contém, entre elas o Oriente Médio. Não faz parte da agenda do 'homem comum' norte-americano, tampouco da classe política dos EUA, cogitar uma 'tomada do petróleo' dos pequenos países daquela região do mundo, como seria possível imaginar, numa 'visão apocalíptica,' o nosso boateiro. Isso não é aceitável, na 'ética média' da sociedade norte-americana, país cuja nação é extremamente criteriosa em sua capacidade de resistência e mobilização política, mormente quando se trata de 'derramar o sangue' dos seus filhos e filhas. O 'inconsciente coletivo' dos norte-americanos tem muito bem guardado o trauma da derrota sustentada no Vietnã, conflito em que os supostos interesses nacionais dos EUA não estavam expressamente legitimados pela vontade popular em 'combater e ganhar' (como certamente poderia ter ocorrido). Mas se há pouco ou nenhum risco tangível da materialização da 'tomada da Amazônia brasileira' pela iniciativa política e/ou militar de um suposto invasor norte-americano, de onde vem a 'lógica do boato'? Retornando à analogia inicial entre os fenômenos da psicologia e das relações internacionais, um boato desses poderia ser interpretado como um 'delírio persecutório,' típico da 'expressão clínica da paranóia' Vale ressaltar, no recurso ao sempre presente 'Aurélio,' que o delírio paranóico está "estruturado sobre base lógica," o que coincide com a linha de argumento do boateiro(a):
I – A Amazônia é rica;
II – Os brasileiros não teriam, supostamente, competência para administrar a região e preservá-la, nem para o Brasil tampouco para o restante da humanidade;
III – Existem países de maior capacidade de expressão do poder político/militar que o Brasil (os EUA sendo o maior deles);
IV – A região amazônica já foi, inclusive, 'virtualmente separada' do território brasileiro nos tais dos mapas (segundo a ênfase do conteúdo do boato).
Tudo isso indicaria, logicamente, uma forte ameaça à soberania nacional sobre a Amazônia brasileira. Na 'meta-análise' do boato (análise da análise), talvez agora o próprio autor deste ensaio quede paranóico, ainda que por razões completamente diferentes das do(a) boateiro(a) . É preocupante que nós brasileiros possamos ter 'delírios persecutórios lógicos' sobre uma suposta perda da soberania nacional na Amazônia, basicamente pelo fato de que 'questionemos nossa própria competência’. Se eles são 'boatos lógicos' (ainda que delirantes), assim o são por sua verossimilhança, diria David Nasser.
Discordo do boateiro(a). Somos, enquanto povo, mais que competentes. Talvez nossas elites é que não o sejam. Tomara que a nação brasileira imobilize, o quanto antes, parlamentares irresponsáveis que estão tentando elaborar um projeto de legislação florestal que, se aprovado, faz qualquer boato de internacionalização da Amazônia parecer ainda mais lógico que o primeiro. O povo brasileiro, em sua sabedoria, generosidade e bravura (...), é mais que capaz e competente para administrar sua região amazônica. Alguns parlamentares da atualidade certamente não o são e, perigosamente para a nação, aos olhos e ouvidos do mundo falam e agem em nome dela.
George Felipe Dantas é doutor e mestre pela "Graduate School of Education and Human Development" da "The George Washington University," com atuações como consultor da ONU. E-mail: dantasf@hotmail.com

E poderíamos finalizar divulgando o artigo “Internet cria rumor sobre Internacionalização da Amazônia”, assinado por Leda Beck no dia 12/06/2000, no site www.estadao.com.br, que contém as impressões dos embaixadores do Brasil e dos Estados Unidos, com o seguinte teor:

Internet cria rumor sobre internacionalização da Amazônia

São Francisco – O embaixador norte-americano Anthony S. Harrington disse hoje ao Estadao.com que os rumores de uma internacionalização da Amazônia são um “mito grotesco”, que “tem atrapalhado o relacionamento entre o Brasil e os Estados Unidos durante anos”. “Permita-me dizer isso da forma mais clara possível: os Estados Unidos não têm absolutamente nenhum interesse em invadir a Amazônia”, acrescentou o embaixador, em declaração oficial, lida por telefone pelo assessor Terry Davidson. “A Amazônia pertence ao Brasil. Ponto final. Nós, americanos, somos fascinados pela Amazônia e cientistas brasileiros e americanos estão trabalhando juntos, lado a lado, para compreender melhor a ciência e ecologia nessa região. Mas somente vamos à região amazônica como convidados, agora e no futuro.” Na quinta-feira, em seu primeiro discurso oficial no cargo, Harrington deverá tocar no assunto, de acordo com Davidson. O tema dominou a conversa entre os militares de alta patente presentes, no domingo, à comemoração do 135º aniversário da Batalha do Riachuelo, em Brasília, que contou com a participação do presidente Fernando Henrique Cardoso. Só se falava da suposta internacionalização da Amazônia, um mito estimulado nos últimos meses pela circulação, na Internet, de mapas que mostram um Brasil dividido ao meio, com a Amazônia Legal definida como “área de controle internacional”. Na cerimônia, o fato acabou adquirindo contornos de argumento legítimo para reivindicar mais investimentos nas Forças Armadas, em nome da defesa da Amazônia. Os mapas são falsos. Um grupo de brasileiros que insiste em permanecer no anonimato, e cuja atividade já foi atribuída a correntes de opinião tão variadas como militares do Exército ou eleitores do candidato a prefeito de São Paulo, Enéas Carneiro, acaba de demonstrar o poder da Internet. Uma informação fictícia – a de que escolas norte-americanas estariam usando os tais mapas em aulas de geografia – começou a circular na rede, por listas de brasileiros da área acadêmica no Brasil e no exterior, há três meses, em mensagens apócrifas originárias de um website brasileiro. A identidade dos criadores dos mapas é obscura, até porque divulgaram a notícia com a assinatura indevida do Brazil Center, da Universidade do Texas, em Austin. O website brasil.iwarp.com, no ar há um ano, recebeu no período pouco mais de dez mil acessos e, como autores, identifica vagamente “Rafael M.M.” e “Luiz Antônio”, sem endereços ou telefones. O endereço eletrônico para contatos funciona, mas o Estadao.com enviou mensagens nos últimos 15 dias e não obteve resposta. O servidor em que está hospedado o site fica fora do Brasil, na sede da empresa norte-americana NorthSky, no Estado do Utah. A NorthSky opera a freeservers.com, um serviço que oferece espaço gratuito em disco a quem quiser criar seu website. Rob Moon, diretor de suporte a cliente, disse nesta segunda-feira não poder revelar a identidade do grupo devido a cláusulas de confidencialidade no contrato (que, aliás, são praxe nesse tipo de serviço). A primeira página do site estampa o mote “Brasil Ame-o ou Deixe-o” e explica: “Uma velha frase, uma nova necessidade.” O site reproduz, entre outros artigos de jornais e revistas brasileiros, a íntegra de uma edição de 1991 da Revista do Clube Militar sobre a Amazônia e traz links disparatados para o jornal Hora do Povo (do MR-8), para o site do candidato Enéas Carneiro, para os sites do Sivam, da Embraer e da Petrobrás, e para os sites do Ministério da Defesa, do Exército, da Marinha, da Força Aérea Brasileira e da Escola Superior de Guerra. E recomenda uma visita ao site independente militar.com.br e à página do militar da reserva João Paulo Saboya Burnier, cujo mote é “Tudo pela Amazônia”. O embaixador brasileiro nos Estados Unidos, Rubens Antônio Barbosa, remeteu, na última quinta-feira, uma carta de esclarecimentos ao jornal Ciência Hoje Eletrônico (CHE), da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que inadvertidamente dera início à disseminação do mito, ao publicar carta de uma leitora que reproduzia o conteúdo da nota publicada no website brasil.iwarp.com. “Tudo parece resultar, não de uma suposta conspiração americana para desmembrar a Amazônia, mas de uma desinformação ‘made in Brazil’, vinculada a correntes de opinião ainda não identificadas”, disse Barbosa. A pesquisadora Michelle Zweede, do Brazil Center, da Universidade do Texas em Austin, disse que a universidade vai investigar o uso indevido de seu nome. “Tenho certeza de que foram os responsáveis pelo site que acoplaram minha assinatura eletrônica e o nome da universidade à mensagem original”, disse Zweede. A seqüência dos acontecimentos sobre a suposta internacionalização da Amazônia: Março/abril – O site brasil.iwarp.com publica, em sua seção “Curtas”, a seguinte nota: “Foi levantado, recentemente, por brasileiros que observaram o sistema de ensino médio e primário dos Estados Unidos, um dado no mínimo surpreendente: em algumas importantes escolas americanas, no mapa-múndi do material de geografia em uso, o Brasil aparece dividido. No mapa em questão, o Brasil seria o território abaixo da região amazônica e Pantanal, e o restante aparece como ‘área de controle internacional’. Em outras escolas, professoras pregam o apoio dos alunos a uma intervenção e, se preciso, guerra, para tirar a região amazônica dos ‘destruidores da natureza (brasileiros)’. É apenas mais uma prova de que a idéia estrangeira de intervir na Amazônia já evoluiu para a fase operativa.” A nota começa a ser espalhada pela Internet. Logo, as mensagens são acompanhadas de cópias de mapas do Brasil dividido, mapas que também integram o website brasil.iwarp.com e aparentemente foram criados pelos autores do site. 11 de maio – A professora Simone de Freitas, do Departamento de Ecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, recebe uma das mensagens apócrifas e a transcreve em uma carta ao jornal Ciência Hoje Eletrônico (CHE), da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O CHE publica online a carta de Simone, sem verificar a origem da informação, e dissemina ainda mais a “notícia”, dando-lhe credibilidade. No mesmo dia, o ministro-conselheiro Paulo Roberto de Almeida, da embaixada brasileira em Washington, escreve ao CHE, pedindo que se contate a leitora Simone de Freitas para obter esclarecimentos. De posse de informações precisas, a embaixada poderia investigar o assunto. Também no início de maio, a pesquisadora Michelle Zweede, do Brazil Center da Universidade do Texas em Austin, recebe um telefonema da senadora Marina Silva (PT-AC), que havia recebido as tais mensagens e pedia sua ajuda na investigação. Zweede envia, então, uma mensagem eletrônica ao endereço contatos@brasil.iwarp.com, indicado no website apócrifo, e pede dados mais precisos: quais escolas americanas estariam usando os mapas? Quem são os ‘brasileiros que observaram’ o fenômeno? Zweede nunca recebeu uma resposta do site, mas, três dias depois de enviada sua mensagem, obteve uma resposta da Universidade da Flórida que lhe faz exatamente as mesmas perguntas que fizera ao site autor do mito. Para sua surpresa, a mensagem da Flórida reproduzia a nota do brasil.iwarp.com, mas dessa vez assinada por ela, Michelle Zweede, e pelo Brazil Center da Universidade do Texas, reforçando ainda mais a credibilidade da informação inventada. 16 de maio – O CHE publica carta de Simone de Freitas pedindo desculpas por ter divulgado informação possivelmente incorreta. 17 ou 18 de maio – O site brasil.iwarp.com publica uma suposta retratação. “A fonte da notícia não encontra-se (sic) mais em nosso poder, por problemas computacionais”, alega. “Perdemos o disco rígido onde se encontrava.” O autores do site admitem que, “após muito pesquisar, não foi possível localizar a origem” da notícia, nem “tampouco encontrá-la na rede” ou entre seus colaboradores. “Apesar de haver um certo consenso em nossa equipe a respeito do autor da afirmação (a fonte), por não dispormos de provas em mãos, julgamos ser leviano manter a denúncia na página e a estamos retirando”, concluía a nota, para acrescentar: “Esperamos fazê-lo apenas temporariamente, pois vamos continuar no empenho de sanar o problema.” 23 de maio – Tendo recebido o e-mail falso assinado por Zweede, uma fonte confiável, o colunista social do Estado, César Giobbi, é induzido a erro e publica uma nota que, mais uma vez, reproduz o exato teor da mensagem original. Uma cópia da nota de Giobbi, sem especificar a seção em que foi publicada no jornal, passa a ser divulgada pela Internet. 8 de junho – Como o CHE publicou a carta subscrita pelo ministro-conselheiro Paulo Roberto de Almeida, este passa a ser inundado por mensagens agressivas de brasileiros exigindo providências. No dia 8, o próprio embaixador Rubens Barbosa envia nova carta ao CHE, explicando não haver evidência da existência dos tais mapas nos EUA. 9 de junho – A Universidade do Texas inicia uma investigação sobre o uso indevido de seu nome. 11 de junho – Em cerimônia em Brasília, militares não falam de outra coisa, e o discurso do comandante da Marinha, almirante Sérgio Chagasteles, é interpretado como uma advertência sobre a iminência da internacionalização da Amazônia. 15 de junho – O embaixador americano no Brasil deve abordar o assunto na abertura de seu primeiro discurso oficial no País. Leda Beck

E agora fica a pergunta: em quem acreditar? Quem está falando a verdade, ou, quem está mentindo? Independentemente de qualquer coisa, a verdade é que o Governo Brasileiro deve assumir uma opinião e uma postura de estadista neste caso. Por isso eu me arrisco a dar uma humilde opinião sobre esse assunto, de qual deveria ser a postura de nosso governo. Acredito que o governo poderia, sem ferir suscetibilidades, tomar as seguintes medidas:

1) Planejar uma ocupação da Amazônia sem invadir áreas indígenas, explorando riquezas naturais da região, promovendo o chamado desenvolvimento sustentado. Por exemplo, promover plantações de plantas típicas da Amazônia como a seringueira, caucho, mangabeira, castanheira, cacaueiro, guaraná, etc.; fazer criações de peixes típicos da Amazônia (como o pirarucu, o bacalhau brasileiro), e animais também típicos de lá como as araras, por exemplo.
2) Levar as Forças Armadas para a região a fim de combater o contrabando e o narcotráfico, e ao mesmo tempo levando assistência médica e dentária para as muitas tribos indígenas espalhadas pela Amazônia, tornando-os nossos aliados.
3) Inserir os índios na sociedade brasileira, oferecendo escolas, treinamento para melhorar suas técnicas agrícolas e de artesanato, melhorando sua qualidade de vida, além da assistência médica e dentária já citada. Poderia ainda fazer o que faz o Estado do Paraná, que está construindo gratuitamente para os índios casas de alvenaria de 56 m², para que eles possam morar melhor também e oferecendo possibilidade de venderem seus produtos nas cidades, melhorando seus rendimentos.
4) Aproveitar melhor as áreas reconhecidamente férteis, como a região de Aripuanã, levando estradas, favorecendo a fundação de novas cidades, incentivando a ida de brasileiros que lá queiram viver e trabalhar.
5) Incentivar as universidades brasileiras a fazer pesquisas na região, mesmo que tenham o intercâmbio com universidades estrangeiras, mas que o controle e a administração estejam em mãos brasileiras.
6) Controlar melhor o acesso de missionários estrangeiros e de ONGs que, visivelmente agem como se fossem espiões estrangeiros, dificultando aos brasileiros o contato com os índios. Em resumo, não é impossível aplicar uma política mais séria para a Amazônia, sem envolver recursos que estejam fora de nosso alcance e sem ferir a vaidade das grandes potências. Para isso, basta que o Brasil mostre personalidade, que tem um planejamento para a Amazônia, ou seja, que não está sem rumo como esteve até agora. Depois de tudo isso, tire você a sua própria conclusão.





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* Clark Rabelo Andrade - Professor de História do Brasil e de História da Cultura e da Arte – Curso de Turismo da Facinter.


LINK:
http://www.facinter.br/revista/numeros/10amazonia.htm

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