quarta-feira, 19 de maio de 2010

Coluna do Airton Monte - Jornal "O Povo"

"É o novo!

17 Mai 2010 - 00h31min

Todos os dias, em sua prestigiosa coluna, uma das mais lidas dos alencarinos matutinos, intitulada É, o meu amigo e jornalista Neno Cavalcante nos faz risonhamente retornar ao passado ao escrever o tópico "É o Novo". Talvez por pertencermos à mesma geração, embora eu seja muito mais jovem do que ele, todas as manhãs dou boas risadas pelas lembranças engraçadas que ele evoca. E nesses momentos, parece que estou pegando um ônibus elétrico imaginário bem ali na Praça do Carmo e viajando a um passado não muito distante. E que me dá uma bela saudade.
Ah, bons tempos de quando eu jovem usava infalivelmente um sapato Samello para passear ou ir a festas, e, claro, compondo uma trinca infalível com uma calça Faroeste e uma camisa ``Volta ao Mundo``, cujo material sintético parecido com plástico nos fazia suar em bicas. Também se calçava tênis Kédis pra disputar animadíssimas peladas de futebol de salão na quadra famosa da Fênix Caixeiral, pertinho da praça José de Alencar. Já para se ir ao colégio, nada melhor e mais durável do que os legítimos sapatos Vulcabrás, infensos até mesmo aos paralelepípedos mais agressivos.
Sem contar as tradicionais tertúlias, fosse em clube social ou em casa de família, o papai aqui todo nos trinques, vestindo calça boca-de-sino, camisa de gola rolê, mascando chicletes Adams pra disfarçar o bafo do rabo-de-galo com que fazíamos a base na bodega da esquina. Além do mais, um bom punhado de brilhantina Trim ou Glostora era capaz de amaciar o mais rebelde dos redemoinhos de minha espetada cabeleira. Domingo, dia de ir ver o clássico no Presidente Vargas, entre Fortaleza e Ceará, só pra ver o empolgante duelo envolvendo Gildo e Mozarzinho, uma beleza.
À noite, na televisão Philco ``cara preta``, morrer de rir assistindo ao Vídeo Alegre com as impagáveis peripécias de Renato Aragão e Américo Picanço. Ou com as irresistíveis trapalhadas do grande Praxedinho na magistral interpretação de Marcus Miranda. Na vitrola, Carlos Gonzaga cantando o seu último sucesso Diana e a gente enchendo a caveira de Ron Merino até afogar completamente a terrível dor de corno por aquele brotinho que jamais nos dava a menor bola. Cigarro era o Cônsul e refrigerante, só Grapete. Para ocasiões mais chiques, fazia-se imprescindível um terno Clube Um, comprado à prestação na Rouvani Modas. Ah, bons tempos aqueles, em que eu tinha um amor eterno a cada domingo. "
Leia aqui.

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