segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Luta Contra o Assédio Moral - I

Assédio Moral atinge 38% dos Servidores(Jornal O Povo)

Comissão será formada para investigar ações

nas instituições públicas do Ceará e propor soluções

Nas últimas décadas, o assédio moral ou violência moral vem gradativamente sendo reconhecido como um sério problema no ambiente de trabalho. A professora de Psicologia da Universidade de Fortaleza (Unifor), Regina Viana, realizou uma pesquisa com funcionários públicos de Fortaleza, Sobral e Crato e identificou que 38% deles sofrem assédio moral.

Já no caso das empresas privadas, ela afirma que somente 25% dos funcionários declaram sofrer assédio. Para reverter esse quadro e amparar o servidor público, até o fim deste ano, uma comissão será especialmente formada para investigar e propor soluções para o problema.

Rejeição, depreciação, indiferença, exposições repetitivas, ou qualquer outra situação humilhante que gere sofrimento a saúde mental do trabalhador podem ser considerados exemplos de assédio moral. Segundo a professora, qualquer situação constrangedora que dure, em média, seis meses, com frequência diária ou semanal, é assédio. Ela ressalta que, no serviço público, diferente do privado, os funcionários não têm a quem recorrer, e a demanda de reclamações é grande.

Foi por isso, esclarece, que a Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado (Seplag); o Centro de Referência à Saúde do Trabalhador (Cerest); e o Fórum Unificado das Associações de Servidores Públicos do Ceará se uniram para treinar funcionários do setor de Recursos Humanos de instituições públicas e formar a comissão que avaliará todos os casos.

A psicóloga explica que, dessa maneira, o servidor poderá denunciar o assédio. Os integrantes da comissão farão visitas aos órgãos e aplicarão questionário aos funcionários. Caso seja comprovado assédio moral por conta de algum superior, será instaurado um processo administrativo ou judicial.

Regina destaca a importância de se fazer campanhas de conscientização com os servidores. Ela aponta que os casos são mais frequentes no funcionalismo público devido à estabilidade do cargo. Já nas empresas privadas, os empregados, por medo, evitam denunciar. Em casos extremos, pedem demissão e encerram o problema. “Para provar um assédio moral, é necessário contar com testemunhas e provas concretas, como gravações e vídeos”, diz.

por Karla Camila

Em tempo: os casos de assédio moral, a cada dia, se multiplicam e os infratores que cometem essa indignidade humana raramente são punidos. As leis que qualificam esse crime são rarefeitas, as vítimas não conhecem seus direitos, os colegas de trabalho tem medo de testemunhar contra os “chefes” e etc. Além de tudo, os criminosos – em regra – são pessoas acima de qualquer suspeita, ocupam cargos e posições sociais de destaque na sociedade, o que intimida as vítimas e faz a justiça – que deveria ser cega – enxergar.

Link:
http://blog3.opovo.com.br/zonanorte/assedio-moral-atinge-38-dos-servidores/

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